quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Educação física e sexualidade





O papel da Escola é abrir espaço para que a pluralidade de concepções, valores e crenças sobre a sexualidade possa se expressar. O trabalho de orientação sexual, compreende a ação da Escola como complementar à educação dada pela família. O professor, mesmo sem perceber, transmite valores com relação à sexualidade no seu trabalho cotidiano, inclusive na forma de responder ou não às questões mais simples trazidas pelos alunos. Afirma-se, portanto, a real necessidade do educador ter acesso à formação específica para tratar de sexualidade com crianças e jovens na escola, possibilitando a construção de uma postura profissional e consciente no trato desse tema.
A Educação Física pode se considerar uma disciplina privilegiada e bastante importante no Desenvolvimento Sexual de um "Ser". Tem a oportunidade de trabalhar ativamente com o corpo, o sentimento, a auto estima e o prazer que estão diretamente ligados à sexualidade.
Jogar, lutar e dançar pode representar a possibilidade de expressar afetos e sentimentos, de explicar desejos, de seduzir, de exibir-se.
Para o jovem e o adolescente, estas práticas da cultura corporal de movimento podem constituir-se num instrumento interessante de comunicação e construção de auto-imagem, mas podem também, se certos cuidados não forem tomados, constituir-se num contexto ameaçador e desfavorável para essa mesma auto-imagem. O ambiente sóciocultural, permeado de valores preestabelecidos de beleza, estética corporal e gestual, eficiência e desempenho, se não for objeto de uma postura crítica e reflexiva, pode estabelecer padrões cruéis para a maioria da população abrindo espaço para a tirania dos modelos de corpo e comportamento. O tamanho do corpo e seu arcabouço parecem afetar o desenvolvimento das habilidades motoras ( na segunda infância ). As crianças mais altas e corpulentas podem (ou não), se sair melhor nas atividades físicas que seus pares de menor tamanho. A sociedade acredita nisso e prefere o tipo físico "musculoso", isso reflete nas expectativas dos pais, que por sua vez reforçam essa preferência quando esperam que as crianças de "bom arcabouço" se saiam melhor em determinada atividade. As próprias crianças absorvem com facilidade essa atitude de seus pais, acabam por incorpora-la.
Outra questão presente no universo da cultura corporal de movimento e da sexualidade, diz respeito a configuração de padrões de gênero homem e mulher e sua relação com o corpo e a motricidade, padrões que se constroem e que são cultivados desde a infância, isso se reflete nas aulas , quando os meninos excluem as meninas das atividades.
A educação física pode favorecer situações que levem o educando a : identificar e expressar seus sentimentos e desejos, respeitando os sentimentos do outro; conhecer seu corpo, valorizar e cuidar de sua saúde; desenvolver uma consciência crítica e tomar decisões responsáveis a respeito de sua sexualidade; reconhecer como determinações culturais as características socialmente atribuídas ao masculino e feminino, posicionando-se contra as discriminações a eles associadas.
Por ser uma disciplina que trabalha com o corpo nas suas mais variadas formas de movimento, tem uma forma especial de trabalhar a afetividade (tão importante à sexualidade); o emocional muda hábitos, atitudes, valores e crenças. A afetividade pressupõem: diálogo aberto; fraternidade; convivência com respeito; apoio mútuo; carinho; equilíbrio no sentimento; auto-estima. As atividades mistas podem dar oportunidades para que meninos e meninas convivam, observem-se, descubram-se, possam aprender a ser tolerantes, a não discriminar e a compreender as diferenças, respeitem-se, promovam a integração e quebrem preconceitos.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A violência escolar e a crise da autoridade docente !

Várias são as possibilidades de análise ou reflexão que se descortinam quando alguém depara, quer empírica quer teoricamente, com a indigesta justaposição escola/violência, principalmente a partir de seus efeitos concretos: a indisciplina nossa de cada dia, a turbulência ou apatia nas relações, os confrontos velados, as ameaças de diferentes tipos, os muros, as grades, a depredação, a exclusão enfim. O quadro nos é razoavelmente conhecido, e certamente não precisamos de outros dados para melhor configurá-lo.
A imagem, entre nós já quase idílica, da escola como locus de fomentação do pensamento humano - por meio da recriação do legado cultural - parece ter sido substituída, grande parte das vezes, pela visão difusa de um campo de pequenas batalhas civis; pequenas mas visíveis o suficiente para causar uma espécie de mal-estar coletivo nos educadores brasileiros. Como se posicionar perante tal estado de coisas?
No meio educacional, duas parecem ser as tônicas fundantes que estruturam o raciocínio daqueles que se dispõem a problematizar os efeitos de violência simbólica ou concreta verificados no cotidiano escolar contemporâneo: uma de cunho nitidamente sociologizante, e outra de matiz mais clínico-psicologizante.
No primeiro caso, tratar-se-ia de perseguir as conseqüências, geralmente conotadas como perversas, das determinações macroestruturais sobre o âmbito escolar, resultando em reações violentas por parte da clientela. No segundo, de pontificar um diagnóstico de caráter evolutivo, quando não patológico, de "quadros" ou mesmo "personalidades" violentas, influenciando a convivência entre os pares escolares. Em ambos os casos, a violência portaria uma raiz essencialmente exógena em relação à prática institucional escolar: de acordo com a perspectiva sociologizante, nas coordenadas políticas, econômicas e culturais ditadas pelos tempos históricos atuais; já na perspectiva clínico-psicologizante, na estruturação psíquica prévia dos personagens envolvidos em determinado evento conflitivo. Vale lembrar que uma combinação de tais perspectivas também pode surgir como alternativa à compreensão de determinada situação escolar de caráter conflitivo, por exemplo, num diagnóstico sociologizante das causas acompanhado de um prognóstico psicologizante em torno de determinados "casos-problema" - o que, inclusive, acaba ocorrendo com certa freqüência no dia-a-dia escolar.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Professor londrinense lança livro sobre sexualidade na escola.

O professor Ricardo Desidério lança o livro "Quando a conversa sobre sexo chega à escola", nesta quarta-feira (26), às 19 horas, na Livraria Porto do Catuaí em Londrina.
A obra é fruto de sua dissertação de mestrado na Universidade Estadual de Maringá (UEM). O livro pretende contribuir para uma reflexão sobre a necessidade de se compreender a sexualidade como parte integrante do ser humano, participante ativo de uma linha político-social.
Londrina passou por uma situação de repercussão nacional, com um caso de violência sexual, resultado de um jogo com as "pulseirinhas do sexo".
O caso abriu discussões entre pais, alunos e professores de todo o país. Mas como proceder quando o cenário de manifestação ou dúvida sobre sexualidade é o ambiente escolar?
Segundo Desidério o texto contribuirá para reflexão das práticas cotidianas e pedagógicas de professores e até mesmo dos pais, para compreender o universo em que vivem seus filhos. "Proponho a efetivação de uma verdadeira Educação Sexual nas escolas. As práticas pedagógicas são pautadas em atitudes, crenças, valores e preconceitos sobre o tema sexualidade.", explica.
O professor Ricardo Desidério atua na rede pública e privada de ensino. Coordena o primeiro curso de especialização em Sexualidade e Educação Sexual de Londrina, na Faculdade Pitágoras.
Desidério é um dos colunistas do Portal ehPARANÁ. Escreve sobre variados temas sobre Sexualidade e Educação Sexual desde a inauguração do Portal. O lançamento do livro será nesta quarta-feira (26), às 19 horas, na Livraria Porto do Catuaí. A distribuição do livro será nacional e com versão para e-book.

Veja em Notícia para o Aluno - Atividade Ensino Fundamental.

Os alunos de 7ª e 8ª séries de escolas públicas e particulares do município de Marechal Cândido Rondon, participaram nesta sexta-feira, 04, de uma palestra sobre sexualidade na adolescência.

O evento foi promovido pelo Rotary Club Marechal Rondon, em parceria com a Prefeitura Municipal, através das Secretarias de Saúde e Educação.

Conscientizar e informar os adolescentes a cerca de temas como a prevenção e os riscos de doenças sexualmente transmissíveis, AIDS, e gravidez na adolescência, foi o objetivo do evento, que trouxe três palestrantes: o bioquímico Leodir Pazzetti, que tratou das doenças sexualmente transmissíveis, seus sintomas e conseqüências

Geração sexualmente saudável e responsável .

O tema Sexualidade na Escola, talvez seja um dos mais polêmicos e de maior dificuldade para ser tratado. Por esta razão decidi por abordá-lo da maneira menos preconceituosa possível. Procurarei ser objetivo[1] e breve, por ser esta uma das características deste professor e de ser do agrado da maioria das pessoas neste mundo “apressado”.
Começo com uma pergunta: De quem é a responsabilidade de educar, sexualmente, os jovens e por que não os menos jovens?
Inicialmente diríamos que a responsabilidade é dos pais, da escola, enfim da sociedade como um todo. Mas sabemos[2], que na prática não é o que acontece.
Na realidade, hoje a escola é que possui cada vez mais esta responsabilidade de educar os alunos para uma sexualidade saudável. Sabemos também que em sua maioria, as escolas não estão cumprindo este papel com eficiência. Como motivo está o despreparo dos professores em abordar o tema, cheio de tabus, e a concorrência desleal dos meios de comunicação que acabam confundindo a cabeça do nosso jovem. Em um momento estão fazendo campanha para uso de camisinha, e no outro instante estão promovendo a promiscuidade, principalmente em novelas que “descrevem” o dia a dia, quando jovens praticam o sexo sem usar a tal camisinha (com raras exceções).

A sexualidade tem seu início com o nascimento ..


A sexualidade tem seu início com o nascimento ..

E  se desenvolve durante toda a vida, tornando-se mais visível na puberdade.
O conhecimento do corpo e de seu funcionamento propicia uma maior conscientização da importância da saúde e da necessidade de ações curativas e principalmente preventivas. Nossos jovens não estão tendo acesso a informações ("confiáveis") a respeito de sexualidade, estão iniciando sua vida sexual cada vez mais cedo e sem maturidade e conhecimento para tal. A imposição de certos padrões de beleza veiculados pela mídia, acrescidos de músicas que induzem ao sexo, são fatores que propiciam essa iniciação tão precoce e despreparada. Essa imaturidade pode lhes causar sérios problemas, alguns deles até irreversíveis (ex: aborto).
Neste trabalho procuraremos mostrar a importância do papel da Escola, em especial da Educação Física, na formação do indivíduo. A Educação Física, por privilegiar o uso do corpo e a formação de hábitos, atitudes e valores na busca de uma construção de uma cultura corporal, é um excelente espaço onde o conhecimento, o respeito e a relação prazerosa com o próprio corpo podem ser trabalhados.
Abordaremos assuntos pertinentes a gênero, transformações ocorridas na puberdade, gravidez indesejada, métodos contraceptivos, doenças sexualmente transmissíveis, AIDS, e finalmente como a Educação Física pode ajudar no desenvolvimento da sexualidade.
O objetivo deste trabalho será alertar para a necessidade real e imediata do acesso à formação específica, por parte de todos os profissionais da educação, sem permitir que alguns fujam de sua responsabilidade, já que compete a todos educadores passar informações verdadeiras a seus educandos. Desta forma estaremos contribuindo para que crianças e jovens possam desenvolver e exercer sua sexualidade com prazer e responsabilidade.